segunda-feira, 28 de abril de 2008

Show: Wayne Shorter Quartet, Barbican Hall, 25/04/2008

Estive na última sexta feira, 25 de abril, no Babican Hall em Londres para apreciar o que há de mais interessante no jazz contemporâneo: Wayne Shorter Quartet.

O Barbican é um espetáculo a parte, a estrutura do complexo é impressionante e o Hall (onde rolou o som) é belíssimo, muito confortável (até para um cara de 1,95m) e o mais importante: uma acústica incrível! Que som!

Wayne Shorter subiu no palco às 20h30 após 30min do bom Tom Cawley Trio. O show em sí pode ser dividido em 3 partes. Foi um primeiro set de 1h, um segundo de 35 minutos e o bis de 10 minutos. Detalhe, cada set foi ininterrupto, o som não parou em nenhum momento.

A primeira hora foi com o Shorter no Tenor, indo utilizar o soprano apenas no final para detonar com um solo magistral. A música foi se desenvolvendo como uma longa improvisação coletiva sem nenhum dos quatro músicos ocupar mais espaços que o necessário, todos estavam realmente tocando para o som. O ouvido mais atento, porém, revelava as formas que estavam sendo seguidas, além das citações de vários temas compostos pelo saxofonista (Go, Sanctuary, etc). É muito interessante como ele fragmenta os temas e os desconstrói coletivamente. O trabalho do trio que o acompanha é fabuloso. Danilo Perez é dono de uma sonoridade linda e está sempre se arriscando nas suas intervenções, com armações de acordes muito bem escolhidas e usando constantemente de frases curtas e marcadas. John Patitucci na sua melhor forma participa na linha de frente, para quem está acostumado a ouvi-lo no contrabaixo elétrico precisa descobri-lo no acústico onde ele revela uma sonoridade e musicalidade mais profunda. Brian Blade é possivelmente o baterista que está desenvolvendo um trabalho mais criativo e tem trazido mais coisas novas para o seu instrumento. O tempo todo se arriscando, surpreendendo, trabalhando as dinâmicas, sem se preocupar em “marcar” o ritmo, mas em compor e somar o som que está sendo criado. Algumas horas ele se arriscou tanto que bateu aquele medo dele colocar tudo por água abaixo, mas então ele sacava um coelho da cartola e era só golaço. A primeira nota foi um assobio em Bb o Shorter, a partir daí se desenvolveu a música toda. É interessante observar que tanto o Danilo Perez quanto o John Patitucci tem uma série de partes escritas: ostinatos, acordes, linhas. Porém o entrosamento e a vibração do grupo é tanta que tudo soa de uma forma muito livre e espontânea. O Wayne Shorter estava um pouco cansado, em vários momento se apoiando no piano, isso, entretanto, não o impedia de estar sempre “regendo” o grupo, fosse com olhares ou sinais visuais ou, sobretudo, sonoros. Algumas intervenções dele soaram como se fosse: “Vamos tentar esse outro caminho agora” e o grupo virava e seguia por esse novo caminho, descobrindo o seu percurso. A interação demonstrada era tamanha que na maior parte do show não aparecia um solista em destaque(como usual no jazz). Apenas no final dessa primeira parte é que Shorter pegou o soprano e emendou um solo espetacular encerrando a primeira hora do concerto sendo em seguida aplaudido de pé por todo o teatro.

O segundo set, de 35 minutos, começou com o tema de “Adventures Abroad the Golden Man” sendo tocado em assobios por Danilo Perez acompanhado por um ostinato de John Patitucci e sons afro tirados por Brian Blade da bateria, Wayne Shorter então resolveu participar da festa e fez um belíssimo contraponto ao tema também com assobios. SENCACIONAL!!! Um momento cômico foi quando Shorter pareceu indeciso em relação a qual instrumento tocar e ficou trocando de instrumento por umas 5 ou 6 vezes, então olhou para platéia e abriu os braços sorrindo como quem diz: “que passa?”. Ao final novamente ele destruiu no soprano sendo novamente muito aplaudido.

O bis foi o tema High Life, reconstruído e desenvolvido como se fosse uma peça erudita, foi muito interessante essa peça, uma verdadeira aula. Um clima nostálgico belíssimo foi sendo construído pelo músicos que sorriam o tempo todo e estavam muito cientes e convictos do som que estavam criando. Muito emocionante.

É muito bom ver um grupo fazer música de altíssimo nível sem precisar de firulas ou “estratégias de marketing”, falatórios ou estripulias desnecessárias. Tocar era o que importava. Criar estava acima de tudo. Um respeito enorme entre os músicos sem egos sobressaindo no palco, sem aquela história do “chefe” tocar mais que os outros era o que imperava no palco. Era o som, e apenas isso. A música agradece.


Fred Lyra, músico

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Simião eterno


O filme "A valize foi trocada" (valise com "z" mesmo), do pernambucano Simião Martiniano, é de 2006 e foi rodado em locações na Região Metropolitana do Recife apenas com atores amadores.
Pelos cálculos do cineasta, também conhecido como Camelô do Cinema, o longa custou entre R$ 20 mil e R$ 25 mil.

Na história, a deputada estadual e filha do prefeito Newton Carneiro, Elina Carneiro (PSB), faz o papel de filha de um fazendeiro e acaba de chegar da Europa. Elina é a de camisa verde na cena.
Sua participação é pequena, acontece no final do filme e dura pouco mais de um minuto. Mas tem direito a um diálogo.

Ao Blog, Simião Martiniano contou que a presença de Elina na produção foi improvisada e inesperada.

"Estávamos filmando na fazenda de um diretor da prefeitura de Moreno que era amigo dela", lembrou o cineasta. "Ela apareceu e pediu para participar". Na época, Elina ainda não era deputada.

Para ver o filme, você pode comprar uma cópia em DVD ao próprio Simião Martiniano, que tem um box no bloco 4 do Camelódromo, na Avendida Dantas Barreto, Centro do Recife. Preço estimado: R$ 20,00.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Você nega suas raízes para se abrir para o mundo, por que o mundo é muito grande é quem é você para ignorá-lo. Não dá, é encantador. Não pode ficar apenas restrito ao seu pequeno e às vezes insignificante e distorcido universo. Você abraça o mundo e se dedica a ele, deixando seu universo de lado, em 2° plano. O mundo vai mostrando sua cara encantadora, as diversas faces são belíssimas, cada uma com sua personalidade. Então você parte para abraçar o mundo, finalmente encontra-lo. No mundo você percebe que o seu universo é sua parte desde mundo. É o seu. Você é dele. Então você volta a sua origem, suas raízes, para enfim fazer realmente parte desta maravilha da criação que é a música. Da música universal.

Fred Lyra, músico

Contei pra Ciro


Da Agencia Brasil


O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) disse nesta terça (22), em entrevista a um grupo de jornalistas da Folha de S. Paulo - o jornal chama estes encontros de sabatinas - que a eleição do ex-deputado Severino Cavalcantoi (PP-PE) para apresidência da Câmara era uma tentativa de golpe contra o presidente Lula.

"A eleição do Severino [Cavalcanti para a presidência da Câmara] foi tentativa de golpe. Era para ele receber o pedido do impeachment [de Lula]. O Aécio Neves [governador de Minas Gerais] foi um dos que ajudou a impedir o Golpe. Mas, antes disso, Severino aderiu ao Lula".

Severino, como se sabe, acabou renunciando ao mandato depois de ser acusado de cobrar propina para renovar a licença de um resturante na Casa. O episódio ficou conhecido como mensalinho.

O ex-deputado tentou se reeleger em 2006, mas foi derrotado. Agora quer ser prefeito de João Alfredo, sua cidade natal.

Na última passagem de Lula por Pernambuco, no mês pasasdo, Severino saiu do limbo político em que se achava. Ele foi "absolvido" ao receber palavras carinhosas do presidente. Lula afirmou que o ex-deputado foi uma vítima da elite política paulista.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Apresentação

Há muito tempo viemos falando em abrir um blog para mostrar aos outros aquilo que vemos, ouvimos e pensamos nas madrugadas de lua meia nova. Aquilo que nos irrita, acalanta, surpreende ou provoca prazeres e curiosidades ineludíveis.

Buchadas e Bugingagas. Ninguém pensou em algo melhor. Textos, poemas, músicas, fatos e vídeos. Apesar de está no meu nome digo logo todos podem e devem gerenciar quando achar necessário.

Abraço